O CEO da Nvidia, Jensen Huang, conseguiu uma manobra surpreendente para garantir a continuidade das exportações do chip de Inteligência Artificial (IA) H20 para a China, ao fechar um acordo com o governo de Donald Trump. Essa decisão, segundo fontes próximas, pode ter implicações significativas para o futuro da empresa no competitivo mercado chinês de tecnologia.
Acordo estratégico com o governo Trump
Durante um jantar no luxuoso resort Mar-a-Lago, na Flórida, Huang fez uma proposta que poderia mudar o jogo para a Nvidia. Em troca da isenção de tarifas e restrições de exportação, o CEO comprometeu-se a investir em novos centros de dados de IA nos Estados Unidos. A empresa, que já está sob pressão por parte de senadores de ambos os partidos, conseguiu evitar o que poderia ser um golpe duro em sua operação na China.
O impacto do chip H20 no mercado chinês
O chip H20, adaptado para ter um desempenho inferior em comparação com outros modelos da Nvidia, é amplamente utilizado por empresas chinesas, incluindo a DeepSeek. Esta última utilizou o H20 para treinar seu modelo de IA aberto, o R1, que foi lançado em janeiro e se destacou por sua eficácia. O temor de que o H20 pudesse ser alvo de restrições havia gerado preocupação entre as empresas chinesas que dependem desse chip.
O paradoxo das políticas de exportação
Embora a decisão de Trump de adiar restrições pareça contradizer a meta de garantir a supremacia dos EUA em IA, a situação é ainda mais complexa. O governo Trump manteve regras de exportação de chips de IA que foram implementadas pelo ex-presidente Joe Biden, as quais limitam severamente a exportação de tecnologia para países fora dos Estados Unidos, especialmente para a China e a Rússia.
A luta pelo investimento em IA nos EUA
Diversas empresas de tecnologia têm seguido a abordagem de “América em primeiro lugar” de Trump, buscando apoio do governo para investir em infraestrutura local. A OpenAI, por exemplo, uniu forças com a SoftBank e a Oracle para um projeto de datacenter de US$ 500 bilhões, enquanto a Microsoft se comprometeu a investir US$ 80 bilhões em centros de dados de IA até 2025.
Além disso, Trump está pressionando empresas como a TSMC, fabricante taiwanesa de semicondutores, a construir novas fábricas nos EUA, sob a ameaça de impostos altos. Essa pressão pode ser um reflexo da crescente competitividade no setor de tecnologia e da necessidade de manter a liderança americana nesse campo.
Amanhã, o cenário tecnológico pode se transformar ainda mais, à medida que as tensões entre os EUA e a China continuam a evoluir, e as empresas de tecnologia tentam navegar por essas águas turbulentas.