Nvidia escapa das tarifas de Trump e garante futuro no mercado chinês

Nvidia obtém isenção de tarifas para seu chip H20 após acordo com Trump, enquanto promete investir em IA nos EUA.

Carlos Gadelha
Por Carlos Gadelha - Colunista
3 minutos de leitura

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, conseguiu uma manobra surpreendente para garantir a continuidade das exportações do chip de Inteligência Artificial (IA) H20 para a China, ao fechar um acordo com o governo de Donald Trump. Essa decisão, segundo fontes próximas, pode ter implicações significativas para o futuro da empresa no competitivo mercado chinês de tecnologia.

Acordo estratégico com o governo Trump

Durante um jantar no luxuoso resort Mar-a-Lago, na Flórida, Huang fez uma proposta que poderia mudar o jogo para a Nvidia. Em troca da isenção de tarifas e restrições de exportação, o CEO comprometeu-se a investir em novos centros de dados de IA nos Estados Unidos. A empresa, que já está sob pressão por parte de senadores de ambos os partidos, conseguiu evitar o que poderia ser um golpe duro em sua operação na China.

O impacto do chip H20 no mercado chinês

O chip H20, adaptado para ter um desempenho inferior em comparação com outros modelos da Nvidia, é amplamente utilizado por empresas chinesas, incluindo a DeepSeek. Esta última utilizou o H20 para treinar seu modelo de IA aberto, o R1, que foi lançado em janeiro e se destacou por sua eficácia. O temor de que o H20 pudesse ser alvo de restrições havia gerado preocupação entre as empresas chinesas que dependem desse chip.

O paradoxo das políticas de exportação

Embora a decisão de Trump de adiar restrições pareça contradizer a meta de garantir a supremacia dos EUA em IA, a situação é ainda mais complexa. O governo Trump manteve regras de exportação de chips de IA que foram implementadas pelo ex-presidente Joe Biden, as quais limitam severamente a exportação de tecnologia para países fora dos Estados Unidos, especialmente para a China e a Rússia.

A luta pelo investimento em IA nos EUA

Diversas empresas de tecnologia têm seguido a abordagem de “América em primeiro lugar” de Trump, buscando apoio do governo para investir em infraestrutura local. A OpenAI, por exemplo, uniu forças com a SoftBank e a Oracle para um projeto de datacenter de US$ 500 bilhões, enquanto a Microsoft se comprometeu a investir US$ 80 bilhões em centros de dados de IA até 2025.

Além disso, Trump está pressionando empresas como a TSMC, fabricante taiwanesa de semicondutores, a construir novas fábricas nos EUA, sob a ameaça de impostos altos. Essa pressão pode ser um reflexo da crescente competitividade no setor de tecnologia e da necessidade de manter a liderança americana nesse campo.

Amanhã, o cenário tecnológico pode se transformar ainda mais, à medida que as tensões entre os EUA e a China continuam a evoluir, e as empresas de tecnologia tentam navegar por essas águas turbulentas.

Compartilhe este artigo
Colunista
Jornalista com vasta experiência no setor de tecnologia, Carlos Gadelha se destaca por sua cobertura de inteligência artificial, transformação digital e análise de mercado. É referência em reportagens que exploram como a tecnologia molda o futuro dos negócios e da sociedade.
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *