A china planeja usina solar no espaço: um futuro energético revolucionário

A China vai construir uma usina solar em órbita que pode gerar energia equivalente a todo o petróleo extraído da Terra em um ano.

Patrícia Prates
Por Patrícia Prates - Editora-chefe
4 minutos de leitura

A China revelou um projeto fascinante que promete transformar a maneira como obtemos energia. O ambicioso plano envolve a construção de uma usina solar gigante em órbita, que segundo Long Lehao, projetista-chefe dos foguetes Long March, poderá gerar tanta eletricidade em um ano quanto todo o petróleo que se pode extrair da Terra. A proposta foi divulgada pelo South China Morning Post e tem chamado a atenção de especialistas e entusiastas da tecnologia.

A magnitude do projeto solar da China

A comparação do projeto com a barragem das Três Gargantas, o maior projeto hidrelétrico do mundo, não é por acaso. Atualmente, essa represa gera cerca de 100 bilhões de quilowatts-hora de eletricidade anualmente. A usina solar em órbita, planejada para ficar a 36 mil quilômetros da Terra, terá uma matriz solar com um quilômetro de largura e promete ser uma fonte de energia limpa e abundante.

Por que a usina solar no espaço é tão importante?

A eficiência é a palavra-chave. No espaço, a luz solar é dez vezes mais intensa do que na superfície do planeta, e as condições climáticas, como dias nublados, não interferem na coleta de energia. Os painéis solares poderão capturar energia constantemente e transmiti-la à Terra sem fios, utilizando ondas de rádio de alta energia. Long Lehao enfatizou a importância dessa iniciativa, dizendo que é “tão significativo quanto mover a Barragem das Três Gargantas para uma órbita geoestacionária”.

O foguete que tornará tudo isso possível

Para viabilizar essa usina solar, a China está desenvolvendo o foguete Long March-9 (CZ-9), um veículo reutilizável que poderá transportar mais de 150 toneladas. Este foguete não só será fundamental para a construção da usina, que demandará múltiplos lançamentos, mas também para os planos do país de estabelecer uma base de pesquisa lunar até 2035.

Avanços e concorrência no setor

A China já está dando passos concretos: em junho de 2021, iniciou a construção da primeira estação experimental de energia solar espacial em Bishan. Em novembro de 2023, pesquisadores de Xian apresentaram resultados promissores de um projeto voltado para a energia solar espacial.

Contudo, a corrida pela energia no espaço não é exclusiva da China. A Islândia, em parceria com a Space Solar do Reino Unido, planeja uma matriz solar menor para abastecer residências até 2030. Além disso, empresas americanas como Lockheed Martin e Northrop Grumman, junto com a Agência Espacial Europeia e a Jaxa do Japão, também estão desenvolvendo projetos nessa área.

Desafios a serem superados na transmissão de energia

Apesar das promessas, a transmissão de energia em grande escala a partir do espaço ainda apresenta desafios significativos. O Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) realizou experimentos que conseguiram transmitir energia sem fio, mas em uma escala muito pequena, apenas de miliwatts. Para que a usina solar chinesa cumpra sua meta, é crucial superar essas barreiras tecnológicas.

Embora Pequim ainda não tenha anunciado uma data para a conclusão da usina, as expectativas são altas. Se os desafios forem superados, esse projeto poderá representar uma revolução no acesso à energia limpa e sustentável, mudando para sempre a forma como pensamos sobre a produção e o consumo de energia.

Compartilhe este artigo
Editora-chefe
Patrícia Prates é uma jornalista com mais de duas décadas de experiência cobrindo o setor de tecnologia. Especialista em inovação e tendências digitais, é reconhecida por suas análises profundas e reportagens investigativas que destacam o impacto da tecnologia na sociedade.
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *